18ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip)

Museu da Língua Portuguesa exibiu exposição itinerante A Língua Portuguesa em Nós, mesas literárias e programação musical na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip)

Período: 25 a 29/7/2018

O Museu da Língua Portuguesa participou da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) pelo segundo ano consecutivo, com ampla programação educativa e cultural. Na Casa da Cultura, no Centro Histórico de Paraty, o Museu exibiu pela primeira vez no Brasil a exposição “A Língua Portuguesa em Nós”, formada a partir de seu acervo e que simultaneamente estava percorrendo os países africanos Cabo Verde, Angola e Moçambique.

O Museu também se inspirou no reconhecimento de Paraty como Cidade Criativa da Gastronomia, título concedido pela Unesco em 2017, para promover duas mesas literárias na Casa da Cultura sobre a relação entre literatura e culinária, e uma ação que se estendeu por toda a cidade: a criação do menu Museu da Língua Portuguesa, adotado por 25 restaurantes de Paraty, que criaram pratos inspirados na culinária de um país onde se fala português para harmonizá-lo com um livro do país ao qual o prato se refere.

A agenda cultural contemplou apresentações musicais de artistas atuantes em Paraty, com ritmos africanos e afro-brasileiros. No Auditório da Praça, o sarau “Inculta e Bela” fez um passeio afetivo pelo nosso idioma, com uma seleção atemporal de autores de língua portuguesa, que homenageou também os 20 anos do Prêmio Nobel concedido ao escritor português José Saramago.

A participação do Museu da Língua Portuguesa na Flip foi uma parceria da Fundação Roberto Marinho, Governo do Estado de São Paulo e Ministério das Relações Exteriores, com patrocínio da EDP, Grupo Globo e Itaú Cultural e apoio do Governo Federal, por meio da lei federal de incentivo à cultura.

A Língua Portuguesa em Nós
Com consultoria de conteúdo do compositor, escritor e professor de literatura José Miguel Wisnik, a exposição “A Língua Portuguesa em Nós” faz um passeio pela presença da língua portuguesa no mundo. Em Paraty, o conteúdo ganhou um módulo especial a respeito da gastronomia local organizado por Helena Tassara. Cidade importante no período colonial, Paraty ficou isolada após o ciclo da mineração, até ser redescoberta pelo turismo nos anos 1970, o que lhe permitiu manter sua identidade cultural, como uma cozinha paratiense autêntica, com influência caiçara e canavieira .

O visitante da exposição foi também convidado a fazer parte do Museu da Língua Portuguesa. Na cápsula de Coleta dos Falares, o público pôde gravar um depoimento que será incorporado ao Museu. O objetivo é formar um mosaico de sotaques e falares do idioma em diversas partes do mundo. Na Flip, foram exibidos os registros já feitos na exposição em Cabo Verde e Angola e que vão enriquecer o Museu com sotaques de países da África.


Pratos inspirados na culinária de países onde se fala português
O Menu Museu da Língua Portuguesa, parceria com a Prefeitura de Paraty, levou a cultura e a gastronomia dos países de língua portuguesa para a cidade e arredores. Foram 25 restaurantes participantes do roteiro e cada um preparou sua versão autoral para um prato típico de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe ou Timor-Leste.

Foram pratos como o muzonguê (espécie de caldo de peixe com batata doce e aipim, típico de Angola), espetada de camarão (especialidade de Moçambique), arroz de pato (receita trazida de Portugal) e moqueca de legumes (adaptação do prato brasileiro). O visitante que provou o prato também pode ganhar um livro representativo da literatura do respectivo país, de clássicos como Clarice Lispector a novos nomes como o angolano Ondjaki.

 

Programação do Museu da Língua Portuguesa na 16ª Flip

Exposição “A Língua Portuguesa em Nós” – A exposição apresentou nossa língua no mundo e seu papel na formação cultural brasileira, em especial na música e na culinária. Os visitantes foram convidados a registrar sua fala e seus sotaques, que farão parte do acervo do Museu. Em parceria com o Itamaraty, a mostra também foi realizada em Cabo Verde, Angola, Moçambique e Portugal.

Mesa Literária “Literatura é para comer” – Como a gastronomia é representada na literatura, como forja a linguagem literária e quais elos essas duas texturas sustentam entre os países de língua portuguesa. Com os autores João Carrascoza, Alexandre Staut e Júlia Hansen. Mediação da jornalista Mariana Filgueiras.

Mesa Literária “Tratados afetivos” – Da relação da culinária com vínculos familiares, com lugares e épocas, com tratados afetivos ou de interdição, a proposta foi discutir a construção da identidade e da memória. Com os autores Isabela Figueiredo, Marcelo Maluf e Geovani Martins e mediação de Luciana Araujo Marques.

Apresentações musicais: Grupo Brasa, percussão com fusão de ritmos africanos e afro-brasileiros; Samba da Bênção Paraty, formado por músicos da cidade; As Iyagbás, com canções inspiradas em contos do candomblé.

Sarau “Inculta e Bela” – Um passeio afetivo pelo nosso idioma, com uma seleção atemporal de autores de língua portuguesa, que homenageou também os 20 anos do Prêmio Nobel concedido a José Saramago.

Menu Museu da Língua Portuguesa – Para comemorar o reconhecimento de Paraty, pela Unesco, como Cidade Criativa da Gastronomia, o Museu da Língua Portuguesa propôs a criação de um menu do nosso idioma: cada restaurante participante elaborou um prato inspirado na culinária de um país onde se fala português.

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