Debates, filmes e danças marcam os últimos dias da exposição sobre línguas indígenas do Museu

Atividades que envolvem curtas-metragens de cineastas indígenas e, em parceria com a vizinha Pinacoteca, apresentação de danças dos Guarani Mbya e Pankararu acontecem entre 11 e 15 de abril; mostra Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação fica em cartaz até 23 de abril 

Para marcar os últimos dias da Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação, exposição sobre línguas indígenas que ficará em cartaz até 23 de abril, o Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo de São Paulo, prepara uma programação especial que ocorrerá entre 11 e 15 de abril. Haverá exibição de curtas-metragens e apresentação de danças relacionados às culturas dos povos originários do Brasil. As atividades acontecerão em diferentes espaços do Museu e também na vizinha Pinacoteca, parceira deste evento, onde é possível visitar a instalação Escola Panapaná, de Denilson Baniwa.   

Entre 11 e 14 de abril, os visitantes do Museu da Língua Portuguesa terão a oportunidade de assistir a uma série de curtas-metragens na Mostra de Filmes Indígenas. A curadoria é do indigenista e documentarista Vincent Carelli, criador do projeto Vídeo nas Aldeias, que visa formar cineastas indígenas. Os filmes, um por dia, serão exibidos em looping no miniauditório da instituição, das 9h às 18h. 

No dia 11 (terça-feira), a atração é “Histórias e Cantos Indígenas Guajajara & Kanela”, de Diego Jonatã e Djuena Tikuna, que traz registros de narrativas e cantos dos povos Guajajara Tentehar, das Aldeias Lagoa Quieta e Maçaranduba, e Kanela Ramkokamekrá, da Aldeia Escalvado. No dia 12 (quarta-feira), é a vez de “Os Cantos do Cipó (Huni Meka)”, de Josias Maná Kaxinawá e Tadeu Siã Kaxinawá: o filme mostra a iniciativa de indígenas do povo Huni Kuin (Kaxinawá) de reunir os mais velhos com o objetivo de registrar e documentar sua própria cultura. 

Em 13 de abril (quinta-feira), o filme programado é “Yaõkwa, imagem e memória”, de Vincent e Rita Carelli, que mostra a reação dos Enawenê Nawê diante de imagens do ritual Yaõkwa captadas no passado. Por fim, no dia 14 (sexta-feira), “Kukuho – Canto Vivo Waujá”, de Takumã Kuikuro, sobre o músico, contador de histórias e líder da comunidade Waujá do Xingu, Akari, é exibido. 

No sábado, dia 15, o destaque é a ação Entre dois museus: travessia indígena, que consiste em uma apresentação gratuita das expressões culturais Xondaro, dos Guarani Mbya, e Toré, dos Pankararu, a partir das 11h. A atividade será realizada em parceria com a Pinacoteca, instituição vizinha do Museu da Língua Portuguesa onde está em cartaz a instalação Escola Panapaná, de Denilson Baniwa. Os Pankararu vão sair do octógono da Pina em direção ao Saguão Central da Estação da Luz, onde encontrarão os Guarani Mbya. 

Na mesma data, acontecerá novamente a exibição do filme Yaõkwa, imagem e memória” em looping no miniauditório. Às 16h, os diretores Vincent e Rita Carelli conversam com o público sobre o processo de pesquisa e realização deste projeto. 

Exposição Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação
Com curadoria da artista, ativista, educadora e comunicadora indígena Daiara Tukano, a exposição propõe ao público uma imersão nas cerca de 175 línguas indígenas que existem e resistem no país desde o início do processo colonial e em meio a conflitos de terra, que ainda têm ameaçado a sobrevivência dos povos originários.      

Contando com a participação de cerca de 50 profissionais indígenas – entre cineastas, pesquisadores, influenciadores digitais e artistas visuais como Paulo Desana, Denilson Baniwa e Jaider Esbell –, a mostra também conta com a consultoria especial de Luciana Storto, linguista especialista no estudo de línguas indígenas; e coordenação de pesquisa e assistência curatorial da antropóloga Majoí Gongora, em diálogo com a curadora especial do Museu da Língua Portuguesa, Isa Grinspum Ferraz.  A abertura da exposição marcou, no Brasil, o lançamento da Década Internacional das Línguas Indígenas (2022-2032), instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) e coordenada pela UNESCO em todo o mundo.    

Em janeiro, o Museu da Língua Portuguesa lançou uma versão virtual e gratuita de Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação (https://nheepora.mlp.org.br/), por meio da qual o visitante, em qualquer lugar do mundo, pode explorar o conteúdo da exposição. Há ainda disponível, também gratuitamente, uma série de materiais educativos e de pesquisa para download, incluindo um e-book contendo mapas produzidos exclusivamente para a mostra, por exemplo.  

O projeto conta com a articulação e o patrocínio máster do Instituto Cultural Vale, o patrocínio do Grupo Volvo e da Petrobras, e o apoio de Mattos Filho – todos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Conta, ainda, com a cooperação da UNESCO, no contexto da Década Internacional das Línguas Indígenas, e das seguintes instituições: Instituto Socioambiental, Museu da Arqueologia e Etnologia da USP, Museu do Índio da Funai e Museu Paraense Emílio Goeldi.   

Denilson Baniwa: Escola Panapaná
Como parte do Projeto Octógono Arte Contemporânea, a Pinacoteca de São Paulo recebe a instalação Escola Panapaná, de Denilson Baniwa: uma construção em três pavimentos cujo interior acolherá aulas de línguas e culturas indígenas, artes e música. A estrutura, que, no início, evoca a forma de um casulo, se transformará em uma mariposa ao longo do período em cartaz. 

As atividades dentro da instalação artística serão ministradas por vários convidados e a programação está publicada aqui e também nas redes sociais da Pinacoteca. 

SERVIÇO
Mostra de Filmes Indígenas 

Dia 11 de abril (terça-feira), “Histórias e Cantos Indígenas Guajajara & Kanela”, de Diego Jonatã e Djuena Tikuna 

Dia 12 de abril (quarta-feira), “Os Cantos do Cipó (Huni Meka)”, de Josias Maná Kaxinawá e Tadeu Siã Kaxinawá 

Dia 13 de abril (quinta-feira), “Yaõkwa, imagem e memória”, de Vincent e Rita Carelli 

Dia 14 de abril (sexta-feira), “Kukuho – Canto Vivo Waujá”, de Takumã Kuikuro 

Das 9h às 18h
No miniauditório do Museu da Língua Portuguesa
R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)    
Grátis para crianças até 7 anos    
Venda de ingressos pela internet   

Exibição de “Yaõkwa, imagem e memória” e conversa com os diretores Vincent e Rita Carelli
Dia 15 de abril (sábado), das 9h às 18h (exibição do filme) e às 16h (conversa com os diretores)
No miniauditório do Museu da Língua Portuguesa
Grátis 

Entre dois museus: travessia indígena – apresentação das danças Xondaro, dos Guarani Mbya, e Toré, dos Pankararu
Dia 15 de abril (sábado), às 11h
Concentração no Octógono da Pina: cortejo em direção ao Saguão Central da Estação da Luz
Grátis 

Exposição temporária Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação  
Até 23 de abril de 2023  
R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)    
Grátis para crianças até 7 anos    
Grátis aos sábados    
Acesso pelo Portão A    
Venda de ingressos pela internet    

Museu da Língua Portuguesa    
Praça da Luz s/n – Luz – São Paulo    
De terça a domingo, das 9h às 16h30 (permanência até 18h)    
www.museudalinguaportuguesa.org.br     

Denilson Baniwa  Escola Panapaná
Pina Luz
Praça da Luz, 2, Bom Retiro, São Paulo — SP
De quarta a segunda, das 10h às 18h (às quintas, até as 20h)
Até 30 de julho de 2023
Para participar das atividades realizadas em “Escola Panapaná”, é preciso realizar uma inscrição. Para isso, será necessário preencher um formulário. Saiba mais sobre a programação e como se inscrever em https://pinacoteca.org.br/programacao/atividades/projetos/escola-panapana-atividades-artisticas/ 

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