Instituto Moreira Salles e Museu da Língua Portuguesa promovem debate com curadores indígenas

Com entrada gratuita, o evento presencial, que contará com a presença de Edson Kayapó, Sandra Benites, Takumã Kuikuro e Daiara Tukano, acontece no dia 2 de fevereiro (quinta-feira), às 19h, na sede do IMS em São Paulo (Av. Paulista, 2424)

Nos últimos anos, multiplicaram-se em museus e centros culturais brasileiros exposições dedicadas à arte e às culturas indígenas. Quais são os desafios e oportunidades que se apresentam nesse cenário? A questão será tema do debate promovido no dia 2 de fevereiro (quinta), às 19h, pelo Instituto Moreira Salles e o Museu da Língua Portuguesa. Com entrada gratuita e interpretação em Libras, o bate-papo acontece na sede do IMS de São Paulo (Av. Paulista, 2424). 

A mesa contará com a presença de Edson Kayapó, curador do Masp e membro do Núcleo Indígena e Quilombola da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SP, Sandra Benites, supervisora de programação cultural e exposição no Museu das Culturas Indígenas, e do cineasta Takumã Kuikuro, cocurador da mostra Xingu: contatos, em cartaz no IMS Paulista. A mediação será da artista e comunicadora Daiara Tukano, curadora da exposição Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação, exibida no Museu da Língua Portuguesa. 

No evento, os artistas e curadores convidados conversarão com o público sobre as estratégias adotadas nos contextos institucionais, além de desafios como as convergências entre tradição e contemporaneidade e a contínua necessidade de letramento de grupos sociais não indígenas sobre a filosofia e os valores de diferentes povos originários. A atividade integra a programação paralela das exposições Xingu: contatos e Nhe’ẽ Porã:  Memória e Transformação.  

Mais sobre as exposições
Em cartaz no IMS Paulista até 9 de abril de 2023, Xingu: contatos revisita a trajetória de lutas e resistências do Xingu, primeiro grande território indígena demarcado no Brasil, em 1961. A mostra apresenta múltiplas narrativas e olhares em torno do território, tendo como destaque a produção audiovisual indígena contemporânea, que tem no Xingu um de seus principais pólos. O conjunto inclui seis curtas-metragens, feitos especialmente para a exposição, de autoria de Divino Tserewahú, Kamatxi Ikpeng, Kamikia Kisêdjê, Kujãesage Kaiabi, Piratá Waurá e do Coletivo Kuikuro de Cinema. 

A exposição traz ainda um trabalho inédito do artista Denilson Baniwa, fotografias produzidas pelos comunicadores indígenas da Rede Xingu +, e um mural, com grafismos alto-xinguanos, criado pelo artista Wally Amaru na empena de um prédio na rua da Consolação. Em diálogo, são exibidos imagens, reportagens e outros documentos produzidos no Xingu por não indígenas desde o final do século 19. 

Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação, exibida no Museu da Língua Portuguesa até 23 de abril de 2023, fala sobre as línguas e culturas dos povos indígenas do Brasil. Contando com a participação de 50 profissionais dos povos originários, entre cineastas, influenciadores digitais e artistas plásticos, a exposição joga luz nas cerca de 175 línguas indígenas existentes no Brasil atualmente, revelando como elas têm resistido ao longo dos últimos séculos, por meio de pinturas, produções audiovisuais, curtas-metragens e depoimentos de educadores e músicos indígenas, por exemplo. Entre os artistas convidados do projeto, que tem curadoria de Daiara Tukano, estão nomes como Jaider Esbell, Paulo Desana e Tamikuã Txihi. A ideia é mostrar como o Brasil é um país, na realidade, multilingue, com uma rica diversidade linguística.  

O visitante tem a oportunidade de, por meio de objetos interativos, ouvir os sons de palavras e frases em línguas como terena, xavante e tuyuka e aprender seus significados na língua portuguesa. Outros destaques são objetos dos povos indígenas espalhados pelo espaço expositivo, como um trocano, um tambor feito a partir de uma tora única, que pertence aos povos do Alto Rio Negro.  

Serviço
Debate Curadores Indígenas em Diálogo
Com Edson Kayapó, Sandra Benites, Takumã Kuikuro e mediação de Daiara Tukano
Dia 2 de fevereiro (quinta-feira), às19h
No Cineteatro do IMS Paulista (Av. Paulista, 2424, SP)
Grátis, com distribuição de senhas 1 hora antes do evento e limite de 1 senha por pessoa
Capacidade do cineteatro: 145 lugares
Evento com interpretação em Libras (Língua Brasileira de Sinais) 
Link do debate

Exposição Xingu: contatos
Até 9 de abril de 2023
Entrada gratuita
No IMS Paulista – Avenida Paulista, 2424, São Paulo, SP
De terça a domingo e feriados (exceto segundas), das 10h às 20h 

Exposição Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação
Até 23 de abril de 2023
R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Grátis aos sábados e para crianças até 7 anos
Ingressos na bilheteria e pelo site 
Museu da Língua Portuguesa – Praça da Luz, s/nº, São Paulo, SP
De terça a domingo, das 9h às 16h30 (permanência até as 18h)     

Sobre os debatedores 

Daiara Tukano
Daiara Hori Figueroa Sampaio – Duhigô, do povo indígena Tukano – Yé’pá Mahsã, clã Eremiri Hãusiro Parameri do Alto Rio Negro na amazônia brasileira, nascida em São Paulo. Artista, ativista, educadora e comunicadora. Graduada em Artes Visuais e Mestre em direitos humanos pela Universidade de Brasília – UnB; pesquisa o direito à memória e à verdade dos povos indígenas; Foi coordenadora da Rádio Yandê, primeira web-rádio indígena do Brasil – www.radioyande.com. Ganhadora do Prêmio PIPA Online 2021, organizado pelo Instituto PIPA como mais relevante prêmio brasileiro de artes visuais. Estuda a cultura, história e espiritualidade tradicional de seu povo junto à sua família. Reside em Brasília, DF. 

Edson Kayapó
Pertencente ao povo Mebengokré, nascido no Amapá. Doutor em Educação, professor na Licenciatura Intercultural Indígena no IFBA e no PPGER/UFSB. Curador do Masp e membro do Núcleo Indígena e Quilombola da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SP. Escritor, palestrante, ambientalista e consultor em projetos acadêmicos e culturais. 

Sandra Benites
Professora de filosofia e história do ensino fundamental e médio. Mestra em Antropologia Social pelo Museu Nacional-UFRJ. Doutoranda em Antropologia Social pelo Museu Nacional-UFRJ. Atualmente atua como supervisora de programação cultural e exposição no Museu das Culturas Indígenas, São Paulo -SP. 

Takumã Kuikuro
Cineasta do povo Kuikuro, vive na aldeia Ipatse, no Território Indígena do Xingu. É reconhecido nacional e internacionalmente pelos seus filmes, tendo sido premiado em vários festivais: Festival de Gramado, Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, Olhar de Cinema (Curitiba), Jornada Internacional de Cinema da Bahia, Festival do Filme Documentário e Etnográfico (Belo Horizonte), Festival Presence Autochtone de Terres en Vues (Montréal). Em 2017, recebeu o prêmio honorário de bolsista da Queen Mary University de Londres. Foi, em 2019, o primeiro jurado indígena do Festival de Cinema Brasileiro de Brasília e, em 2021, jurado do Latina 10: Mostra Ecofalante de Cinema. Atualmente, assina a curadoria da mostra Xingu:contatos, em cartaz no IMS Paulista, com Guilherme Freitas. 

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