Sarau Ajuri de Makunaimî, no Museu, apresenta Macunaíma sob a perspectiva indígena

Com mediação da escritora Julie Dorrico, do povo Macuxi, evento do dia 19/2 recebe seis artistas indígenas para falar sobre Makunaimî, que inspirou Mário de Andrade a escrever a obra “Macunaíma: o herói sem nenhum caráter”

No mês em que é celebrado o centenário da Semana de 22, o Museu da Língua Portuguesa realiza, no dia 19 de fevereiro, mais uma edição de seu sarau. Intitulado Ajuri de Makunaimî, que quer dizer mutirão de Makunaimî, o evento vai apresentar uma outra perspectiva de Macunaíma, protagonista da obra “Macunaíma, o herói sem nenhum caráter”, de Mário de Andrade. 

Com mediação da escritora Julie Dorrico, autora do livro “Eu Sou Macuxi e Outras Histórias”, o sarau mostrará de que maneira Mário de Andrade se apropriou do vô e indígena Makunaimî para elaborar as características de Macunaíma, alçado ao posto de herói brasileiro modernista. 

“O sarau Ajuri de Makunaimî pretende apresentar o vô Makunaimî, pertencente ao povo Macuxi, Wapichana e aos demais que habitam a região do Circum-Roraima, presente nos livros de autoria indígena e nas artes visuais dos artistas que estarão presentes no evento: Gustavo Caboco, Sony Ferseck, Ian Wapichana e Vanda Pajé”, conta Dorrico. Ela ainda lista a participação da poeta Sony Ferseck, que irá contar a história da ko’ko Non, a vovó Barro, mostrando por onde Makunaimî passou, e Moara Tupinambá, que dialoga nas artes visuais de modo crítico ao Modernismo. 

“São perspectivas indígenas que fogem à representação literária de Mário de Andrade, pois o personagem criado, Macunaíma, embora possua o nome do nosso ser, vivo nas nossas culturas, reitera valores do Estado-nação Brasil, sem os povos indígenas”, completa Dorrico. 

O sarau Ajuri de Makunaimî vai acontecer, das 12h às 14h, com entrada gratuita, no Saguão B do Museu, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo. Segundo Dorrico, quem comparecer “verá indígenas reunidos coletivamente para afirmar que são artistas indígenas, com identidades Macuxi, Wapichana, Tupinambá, lendo poesia, fazendo performance, cantando na língua macuxi, e falando de literatura indígena.” 

SERVIÇO
Sarau do Museu da Língua Portuguesa – Ajuri de Makunaimî
Dia 19 de fevereiro, das 12h às 14h
No Saguão B do Museu da Língua Portuguesa
Grátis  

 

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